A abertura do Circuito Paralímpico de atletismo, neste sábado, 24, foi marcada pela conquista de dois índices para o Mundial da modalidade, em setembro, em Nova Déli. A competição reúne cerca de 400 competidores neste final de semana, na pista e no campo do Centro de Treinamento Paralímpico, na cidade de São Paulo. 122d1p

A paulistana Giovanna Boscolo e o paranaense Vinicius Augusto Cabral atingiram os critérios estipulados pela Diretoria de Alto Rendimento do Comitê Paralímpico Brasileiro para obtenção de marcas elegíveis para compor a seleção brasileira que representará o país na principal competição do ano da modalidade, na capital indiana.
Giovanna, do IEMA, foi a campeã na prova do lançamento de club da classe F32 na tarde deste sábado, 24, ao alcançar 28,67m, superando a amiga e rival do Amapá, Wanna Brito, com 28,27m. O índice técnico para Déli é de 28,60. “Estou muito feliz, especialmente por ter conseguido ultraar a minha melhor marca da vida, que era 26,25m. A gente estava adaptando a forma de lançamento, tanto que eu repeti em três competições antes de hoje [sábado, 24] e não obtive bons resultados. Voltamos a lançar de costas, sem encosto, e eu me adaptei bem. Eu estou muito, muito feliz mesmo, sem acreditar ainda”, celebrou Giovanna, em entrevista ao canal do YouTube do B, que transmitiu as provas na manhã deste sábado e exibirá ao vivo as provas da manhã deste domingo, 25.
Já na classe T71 (grave comprometimento de coordenação motora), o atleta do APP-Paraná Vinícius Cabral, de Paranaguá, Paraná, concluiu os 100m em 21s50, vencendo o índice desta prova, que era 22s60. O atleta João Marques Cunha, do clube AFADEFI/FMEBC, registrou sua melhor marca e também bateu o índice ao fazer o tempo de 15s35 pela classe T72 (grave comprometimento de coordenação motora).
Após cumprirem o objetivo técnico para o Mundial, esses atletas permanecem à espera da convocação oficial do B, o que deve ocorrer até agosto.
Se confirmada a vaga de Giovanna, ela deve se juntar a Wanna Brito, também da classe F32, na competição no subcontinente indiano. A representante do Amapá havia feito 28,98m no Desafio Brasil Paralímpico e Olímpico de atletismo, em abril, no mesmo campo do Centro de Treinamento Paralímpico Brasileiro, ou seja, 28 centímetros melhor que a marca mínima.
Este resultado também confere a Wanna, do clube AAEPED, o recorde das Américas, porém a World Para Athletics, o equivalente à federação internacional do atletismo paralímpico, comandada pelo Comitê Paralímpico Internacional, ainda não homologou o feito de abril em seu site oficial.
A manhã deste sábado, 24, também teve como destaque a jovem Maria Clara de Araújo, 14, do clube JR-SP, com um recorde brasileiro. Nos 100m da classe T35 (paralisados cerebrais), a paulistana fez o melhor tempo de sua vida, atingindo 14s84. Esta marca a colocaria na primeira colocação do ranking mundial da temporada 2025. Maria Clara ainda não possui classificação funcional internacional. Ela é aluna da Escola Paralímpica de Esportes, e iniciou a prática esportiva aos nove anos de idade no futebol convencional e há dois anos começou a se dedicar ao atletismo paralímpico.